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CARTA ABERTA À DIRETORIA DO SATED-SP

Caros companheiros da Direção do SATED-SP,

Nós, assinantes desta carta, somos parte do grande número de artistas e técnicos que lutam em defesa dos direitos dos artistas e técnicos e por políticas públicas para a cultura, lutas nas quais muitas vezes nos encontrarmos com diversos membros da chapa Transparência e Renovação, que disputou e venceu o processo eleitoral para a direção do SATED-SP, no ano passado. Filiados ou não, com ou sem DRT, em muitos combates nos últimos anos sentimos a falta de um sindicato de artistas e técnicos combativo e sempre soubemos que isso nunca aconteceria enquanto estivesse sob a direção de Lígia de Paula. Muitos de nós acompanharam e participaram deste processo e comemoraram esta recente vitória eleitoral, esperançosos que, ao mudar a direção do sindicato, ocorresse uma mudança drástica nos rumos políticos do SATED, retomando-o para o combate neste momento de forte acirramento da luta de classes no Brasil e no mundo.

É por toda esta série de motivos que nos vemos na obrigação de dirigir esta carta à atual diretoria do Sindicato. Apesar de ter derrotado Lígia e sua turma, vemos a atual diretoria da entidade manter algumas das principais linhas políticas e práticas da antiga gestão, em particular, sobre sua forma de financiamento e sobre as bancas para a emissão do Atestado de Capacitação Profissional para a emissão da DRT, o que se expressou na equivocada campanha do SATED contra a ADPF 293.

Vemos o sindicato manter suas antigas formas de financiamento totalmente estranhas às tradições do sindicalismo combativo e classista. Mais que isso, somos informados de que, numa assembleia esvaziada e sem debate prévio com a categoria, a prestação de contas do último ano de gestão da Lígia, constantemente acusada de fraudes e desvios, foi aprovada sem qualquer auditoria! Como explicar isso?

Parte considerável dos artistas e dos técnicos que trabalham no Estado de São Paulo não tem DRT. E isso nada tem a ver com qualificação artística ou profissional. Quem tem o direito de estabelecer critérios para atestar quem pode ou não ser chamado de profissional? Nós dizemos que ninguém, nem o Estado, muito menos nosso próprio sindicato.

Os artistas e técnicos que não possuem DRT, impedidos de acessar o mercado “formal” e sem poder concorrer pelos melhores contratos, são parte do setor mais explorado e mais precário de nossa categoria. Nosso sindicato deveria servir, acima de tudo, para defendê-los.

A atual diretoria do SATED, no entanto, adota uma posição inversa a tudo isso. Ela defende e trabalha por tornar mais rigorosos os critérios para a emissão da DRT, aumentando assim o tamanho da barreira imposta pelo mercado capitalista à sobrevivência dos trabalhadores da arte.

Esta posição leva a uma situação gravíssima! Formou-se nos últimos meses uma frente única que, nesta questão, levou a maioria da diretoria do SATED-SP a fazer coro com muito do que há de pior no cenário político brasileiro, desde a histórica inimiga dos músicos, a Ordem dos Músicos do Brasil – OMB -, passando pelo Secretário Adjunto da Secretaria de Cultura do Estado de SP do governo Alckmin – estes dois últimos estavam na mesa no evento na FUNARTE junto com o sindicato - chegando até ao Ministério da Cultura do governo de Michel Temer, que se pronunciou através de nota em seu site, em abril, contra a aprovação da ADPF 293. É evidente que uma aliança como esta não pode estar em defesa dos direitos de artistas e técnicos. Esta campanha pode até mesmo agravar a situação de muitos trabalhadores que não têm as mínimas condições para pagar os 600 reais exigidos pelo sindicato e atender seus requisitos!

Acreditamos que nosso sindicato não deve cumprir este papel e que sua missão deveria ser representar e lutar pelos direitos dos artistas e técnicos frente aos patrões e governos. Um sindicato deve ser independente e lutar por trabalho e direitos. Nunca ser um entrave aos que precisam trabalhar, cobrando esta espécie de “pedágio” para terem acesso ao mercado formal e aplicando seu “juízo” para avaliar quem pode ou não ser chamado de artista ou técnico. Fazendo isso, o sindicato, além de manter tantos sem trabalho formal, mantém a própria categoria fora das bases do sindicato. No SATED, hoje, para ser filiado não é preciso ser trabalhador, mas apenas ter DRT. Uma grande distorção que permite a patrões serem filiados e exclui trabalhadores de sua base.

De nada adianta uma nova diretoria se não for para mudar tudo isso. Ela deve romper com toda a herança política da gestão da Lígia de Paula e seus métodos. Ela deve se converter num guia de luta e não num obstáculo para os artistas e técnicos. Para isso, acreditamos que o SATED-SP deva permitir a todos que solicitem o Atestado de Capacitação que o obtenham gratuitamente, sem terem que se submeter a uma banca. Adotando essa postura, nestes temas, a direção do SATED contará com todo o nosso apoio ativo e de luta.

Primeiros assinantes: Jacqueline Takara, Suplente da Diretoria de Interior do SATED-SP – oposição / atriz - Grupo Teta; Vinícius Camargo, Músico, compositor e ator – Unidos do Quintal e Cia Burucutu; Luiz Checchia, diretor - Teatro dos Ventos / Conselheiro de Cultura de Osasco; Camila Costa Melo, atriz e técnica - Teatro dos Ventos; Iohann Iori, ator e técnico – Teatro dos Ventos; Caio Pacheco Martinez, Ator – Trupe Olho da Rua; Bruna Telly, atriz – Trupe Olho da Rua; João Luiz P. Junior, ator e músico – Trupe Olho da Rua; Juh Vieira, músico, compositor e ator – Cia Casa da Tia Siré; André Mainardi, técnico de áudio; Kanansuê Gomes, ator e produtor; Belen Palkovsky, atriz – Serafin Teatro; Isabela Penov, atriz e poeta; Fabrício Muriana Area Lima, ator e crítico de teatro; Dinne Queiroz, diretora – Coletivo Encarnadas; Raquel Zichelle, atriz; Daniel Roque, diretor de cena, cenógrafo, cenotécnico e aderecista; Priscila Ortelã, atriz – Coletivo Amapola de Teatro e Poesia Urbana e Grupo Teta; Elves Ferreira dos Santos, músico e iluminador – Coletivo 7 Na Linha; Lis Ricci, atriz e dramaturga – Coletivo Amapola e Grupo Teta; Fabrício Pinho, técnico de som; Sidney Herzog, artista circense e arte-educador – Associação Porto Circense; Caio Dezorzi, professor de artes cênicas; Yã Ossaiê dos Santos Mostachio, ator e operador de luz; Pedro H. Medeiros Convento, ator; Amanda Nascimento, atriz e estudante do Instituto de Artes da UNESP; Raíssa de Campos, atriz; Amanda Cotrim, atriz e escritora; Miguel Roque, ator; Ana Lee Garcia, atriz e diretora; Moisés Gabriel, violista da Orquestra Sinfônica Jovem Municipal e estudante da Escola Municipal de Música; Clarissa Bonvent, violinista da Orquestra Sinfônica Jovem Municipal e estudante da Escola Municipal de Música; Luciana Gabriel, atriz e produtora; Domingos Verzinhasse, ator – Frente Inflamável de Cena; Flávia Tiemi Teraoka, bailarina; Luciano Antônio Carvalho, músico, compositor e ator – Coletivo Território B e Coletivo Reinventachão; Gabriel Parreira, músico da Banda Cardume; Renato Caixeiro, ator, apresentador e técnico da Sec. de Cultura de Osasco; Jéssica Duran Tunes, atriz – Coletivo Classista de Cultura Ísis Rodriguez; João Melo, ator – Coletivo Classista de Cultura Ísis Rodriguez; Renato Antônio, artista circense; Fernanda Condoritto, atriz; Thalita Gabriele Leal Bueno da Cruz, atriz; Hedcley Barros, ator; Katherin Garcia, atriz; William Fernandes do Nascimento Moura, artista circense; Thaís Monteiro, atriz; Pedro Venturini, poeta e dramaturgo; Márcio Ale Rocha, ator e conselheiro de cultura de Osasco; Gerson Almoster, ator; Stefany Borba, atriz e produtora visual; Thiago Fermino, músico – Unidos do Quintal; Mariana Fogo, ilustradora e animadora.

Novos assinantes: Majó Sesan, ator; Marcus Filomenus, iluminador; Mário Conte, músico; Fernando Cruz, ator e diretor; Anderson Lima, ator; Angélica Ribeiro, musicista - baixista da Orquestra Sinfônica Jovem de Guarulhos; Luís Felipe de Jesus Araújo - DJ, músico e compositor; Mariana Fogo, ilustradora e Animadora;

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